A vida é a arte do encontro, embora haja tanto
desencontro pela vida.
- Vinícius de Moraes
Não havia nada premeditado,
nada marcado, mas foi andando por aí que te encontrei. Você foi uma dessas
situações que se passam indiferente à primeira vista, quase sem fazer barulho,
sem perturbações cardíacas e borboletas no estômago. Te conhecer foi uma dessas brincadeiras sem
muita graça que o destino faz com a gente de vez em quando.
Talvez o silêncio inicial
tenha sido de pura enganação, uma forma sutil de me tomar pela mão e garantir o
consentimento dos meus beijos para depois, após ocupar meu coração e vida, tirar
meu sono e até a paz. Faz tempo que perdi a noção de o que é ter a sorte de um
amor tranquilo com sabor de fruta mordida.
De pensar que eu só queria um
amor.. só queria um amor! Pensei que em minhas preces o fato de desejar alguém
deixava subentendido que seria algo bonito, recíproco, doce como as paixões de
fim de tarde. Mas não! O que me veio foi um apego sem reciprocidade, uma vontade
de estar perto e um querer sem beiradas, quase sem fim. Quer saber, tudo foi
culpa da primeira impressão. Te provei, subestimei o rumo que a minha história
poderia tomar e por fim, extrapolei. Acontece que exagerei com o tanto de você
que, mesmo inconsciente, acabei guardando em mim.
Você comigo é um menino furacão, turbulência,
você dói demais! Meu coração tem andado meio kamikaze, meio piegas demais.
Ainda estou procurando uma direção, um lugarzinho para apontar e seguir em
frente, mas não tem sido fácil, é tudo muito contraditório, o único lugar no
qual eu caberia bem agora é dentro do seu abraço. Você para mim é como aquela
música do Caetano, espero que não seja sempre assim, preciso remar, mas quando
tudo passar e o tempo clarear ou quando a música tocar, eu ainda vou me
lembrar, do muito mais meu, mas ainda assim, do nosso estranho amor.
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Tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim. (Caio F.)